Governador da Bahia condena ações violentas em segurança pública

Durante o anúncio de novos investimentos em segurança pública nesta terça-feira (4), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, sublinhou a necessidade do Estado em lutar contra a criminalidade de maneira eficaz, mas sem ultrapassar limites legais e éticos. Rodrigues enfatizou: "O Estado não pode ser um Estado matador. Não pode. Não é o Estado que tem que fazer isto. O Estado tem que mediar". Estas observações foram motivadas pela Operação Contenção, ocorrida no Rio de Janeiro, que culminou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, sem atingir seu principal alvo, Edgar Alves de Andrade, figura central do Comando Vermelho. Na Bahia, a Operação Freedom, realizada no mesmo dia, prendeu 35 suspeitos de integrar o Comando Vermelho. Esta ação foi uma colaboração entre a Polícia Civil, a Polícia Militar da Bahia, a Polícia Civil do Ceará e a Polícia Federal. Durante a operação, um homem, cuja identidade permanece desconhecida, foi morto em um confronto que resultou em protestos no bairro Uruguai, onde manifestantes bloquearam vias com barricadas. A polícia precisou intervir para restabelecer o tráfego na região. O governador Rodrigues destacou a importância de uma "mão forte" do Estado contra o crime organizado, reiterando que a missão é prender e entregar os criminosos à Justiça. No âmbito da operação, um casal foi apontado como liderança das atividades do Comando Vermelho na Bahia, liderando o tráfico de drogas e o financiamento de ações na região. Foram presos em Eusébio (CE). Conforme a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, a operação é resultado de uma investigação iniciada em 2022, que ligou os suspeitos a inúmeros homicídios em Salvador. O bloqueio de até 1 milhão de reais em contas ligadas aos investigados visa enfraquecer a estrutura financeira da facção. André Viana, delegado-geral da Polícia Civil da Bahia, reforçou a eficácia da operação, que conseguiu enfraquecer o núcleo armado e financeiro do Comando Vermelho sem atingir inocentes. Para o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, a operação exemplifica uma doutrina de segurança pública comprometida com a preservação da vida, possibilitando ações rigorosas contra o crime sem necessidade de confrontos diretos.