Quarta, 05 de Novembro de 2025

Manifestação marca 56 anos do assassinato de Marighella

Homenagem em São Paulo relembra legado do guerrilheiro, morto durante a ditadura.

04/11/2025 às 22:10
Por: Redação
Defensores dos direitos humanos realizaram nesta terça-feira (4) uma homenagem ao político e guerrilheiro Carlos Marighella, em São Paulo. O grupo se reuniu na Alameda Casa Branca, onde ele foi assassinado há 56 anos por agentes da ditadura. O AI-5, decretado um ano antes pelo presidente general Artur da Costa e Silva, restringiu direitos civis e políticos, marcando o período. Carlos Augusto Marighella, único filho do guerrilheiro, esteve presente. Em seu discurso, destacou a importância de Clara Charf, uma das esposas de seu pai. Clara, também uma militante de destaque, foi descrita por ele como uma inspiração inabalável em sua busca por uma sociedade justa. Clara Charf faleceu na segunda-feira (3), aos 100 anos, de causas naturais. Carlinhos, como é conhecido, comentou sobre a importância contínua das manifestações, lembrando a morte brutal de seu pai e a persistência de seu legado em mobilizar a juventude. Maurice Politi, do Núcleo Memória, afirmou que Marighella foi um dos grandes guerreiros do Brasil, lutando por um país mais justo e igualitário. Ele lembrou a barbaridade de sua morte no local do ato. Registros históricos indicam que Marighella foi considerado o maior inimigo da ditadura. Em 1946, eleito deputado federal, teve seu mandato cassado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra. Marighella enfrentou autoritarismos em várias frentes, inclusive tendo sido torturado em 1936, por suas críticas ao governo. Após viver na clandestinidade, ele foi baleado em 1964, no Rio de Janeiro. Na década de 60, liderou a Ação Libertadora Nacional contra a ditadura. Em 1969, foi assassinado em uma emboscada, desarmado. O filme "Marighella", dirigido por Wagner Moura, também enfrentou censura durante o governo de Jair Bolsonaro. O longa só foi lançado no Brasil em 2021, no aniversário de Marighella, após exibição em festivais internacionais. A diretoria da Ancine, nomeada por Bolsonaro, foi apontada pelo atraso na liberação do filme.

© Copyright 2025 - Conexão Angélica - Todos os direitos reservados