Sábado, 19 de Abril de 2025
A Bracell confirmou a instalação de sua nova unidade industrial em Bataguassu, após apresentar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). O empreendimento, orçado em 16 bilhões de reais, terá um prazo de construção de três anos e capacidade para produzir até 2,9 milhões de toneladas de celulose kraft anualmente. Em configuração alternativa, a fábrica poderá combinar a produção de 1,4 milhão de toneladas de celulose kraft com 1,147 milhão de toneladas de celulose solúvel, totalizando 2,6 milhões de toneladas.
Durante a fase operacional, a empresa estima a criação de 2 mil postos de trabalho diretos e indiretos, elevando em 31% o número de empregos formais no município, que atualmente possui 6,2 mil trabalhadores registrados. Desses, 2,9 mil estão na indústria, 944 no comércio, 901 em serviços e 801 na administração pública. No auge da construção, o projeto demandará 12 mil operários, incluindo profissionais de outras cidades e estados, que serão alojados em estruturas com capacidade para 10 mil leitos, divididas em dois blocos de 5 mil vagas cada.
O EIA/Rima prevê a captação de 11 mil metros cúbicos de água por hora do Rio Paraná, sem necessidade de barragens, sendo 90% do volume tratado e devolvido ao rio. A fábrica será construída a 9 km da zona urbana de Bataguassu e a 3,9 km do Rio Paraná, próximo à rodovia MS-267.
Contexto estadual
Inicialmente, a Bracell considerou Água Clara para a instalação, mas optou por priorizar Bataguassu após estudos técnicos. Esta será a sexta fábrica de celulose no estado, somando-se às unidades da Suzano em Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas (com duas plantas), da Eldorado Celulose e da chilena Arauco, que está construindo uma unidade de 25 bilhões de reais em Inocência.
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) realizará uma audiência pública em 29 de maio no Ginásio do CEJA, em Bataguassu, para discutir os impactos do projeto. O processo de licenciamento deve ser analisado pelo Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA) a partir de junho, com previsão de emissão da Licença Prévia até dezembro de 2025.
Jaime Verruck, secretário da Semadesc, destacou o papel do estado no setor: “Mato Grosso do Sul responde por 24% da produção nacional de celulose e possui a segunda maior área de cultivo de eucalipto, consolidando-se como um polo atrativo para investimentos globais”.
A Bracell utilizará 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto por ano como matéria-prima, além de insumos como oxigênio, hidróxido de sódio e ácido sulfúrico. A empresa promete adotar as melhores tecnologias disponíveis e práticas de gestão ambiental.